Marcelo Dutra da Silva

O ESG e as novas oportunidades de emprego e renda

Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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O ano virou e o ESG (Environmental, Social and corporate Governance) promete ser ainda mais atrativo e promissor do que foi em 2022. Empresas no Brasil e no mundo todo vêm descobrindo o potencial desta sigla, que vêm atraindo investimentos e criando postos de trabalho por todos os lugares. Oportunidades especializadas de emprego e renda que surgem da noite para o dia, em organizações conscientes dos novos tempos na corrida da sustentabilidade.

O emprego verde ESG está em alta e vagas valorizadíssimas vêm sendo oferecidas no mercado, particularmente em organizações que compreenderam a importância da gestão responsável e das boas práticas socioambientais para a proteção do investimento do negócio e boa saúde do ambiente financeiro. O ESG está transformando o significado do investimento e das oportunidades de trabalho.

Já são centenas de vagas disponíveis encontradas no LinkedIn e Glassdoor, algumas com salários que superam os R$ 19 mil. Vagas formidáveis, para profissionais de alto nível, com qualificação avançada (seniores). Mas nem todas exigem tanto. A grande maioria das vagas alterna entre profissionais qualificados experientes e iniciantes com formação adequada e específica.

A formação em ESG vem sendo oferecida por diferentes organizações, sendo as mais importantes as ofertadas por instituições renomadas de finanças e negócios. Afinal, o ESG é uma espécie de análise de risco do investimento, pelo qual empresas, corporações e investidores afastam a possibilidade de perdas e prejuízos.

O ESG está baseado no tripé da sustentabilidade, em que são considerados componentes da prosperidade o sucesso econômico, o bem-estar social e a proteção do meio ambiente, onde um não é capaz de substituir ou de ser mais importante do que o outro. Na verdade, só têm significado juntos, uma vez que são interdependentes e complementares. Por isso, organizações que decidem assumir princípios ESG precisam, necessariamente, incorporar na gestão responsabilidades de ordem social e ambiental.

E a demanda pelo ESG tem estimulado outras iniciativas, inclusive acadêmicas, de pesquisa e desenvolvimento. Tanto que começam a surgir nas universidades os primeiros núcleos de pesquisa, laboratórios dedicados ao ESG, com disciplinas programadas pela graduação e programas de pós-graduação (MBA) totalmente voltados para o desenvolvimento do tema. Sem dúvida, uma realidade completamente nova, que tem oportunizado o debate sobre uma maior aproximação entre academia e empresas. Algo fundamental.

Boas práticas exigem que a organização reúna conhecimentos específicos de administração, jurídicos, de atenção social e segurança no ambiente de trabalho, de comportamento ambiental, cerificação e selos. E este é um pacote de conhecimento não muito disponível no mercado e com pouca produção cientifica disponível, pelo menos, das experiências nacionais de ESG, das corporações brasileiras. Existem relatos, registros, textos tentando levar esclarecimentos, mas ainda está faltando base cientifica para sedimentar práticas sustentáveis no mercado nacional.

Portanto, tudo que vem sendo construído ao longo de décadas e a considerar pelo novo momento de atenção ao meio ambiente da política nacional, eu diria que nunca foi tão favorável para o emprego verde como agora e para os profissionais especializados em ESG, pois as empresas acordaram para o novo e o mercado já entendeu que sem gestão responsável o crescimento não se sustenta e os ganhos declinam.

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